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Anatomia Da Melancolia Pdf: Como Entender e Tratar a Melancolia Através da Literatura, da Filosofia



Mas se acaso o veneno da melancolia Cair do céu, chuva de nuvens, que se espalhaNas flores e as reflora ao som da chuva fria, E apaga os verdes montes no abril da mortalha,Purga, então, o amargor numa rosa da aurora Ou no arco-íris entre o mar e o sal e a areia. Ou numa imperial peônia globular;Ou se em tua amante algum ressentimento aflora, Toma-lhe as mãos e ouve o que a incendeia E, olhos nos olhos, colhe o seu mais belo olhar.




Anatomia Da Melancolia Pdf



Mas quando o acesso da melancolia De súbito cair do céu, como se fosse a nuvem lacrimosaQue alenta as flores todas de inclinada fronte E em mortalha de abril oculta o verde outeiro:Sacia então tua tristeza em rosa matinal, Ou no arco-íris de salgada onda sobre a areia, Ou na opulência das peônias globulares;Ou se a amada mostrar cólera rica, Toma-lhe a mão suave, e deixa-a delirar, E bebe a fundo, a fundo, nos olhos sem iguais.


Mas quando o ataque da melancolia cair Súbito do céu qual nuvem em pranto,Que revigora as flores cabisbaixas, E vela a verde colina na mortalha de Abril;Farta então a dor na rosa da manhã, Ou no arco-íris da onda salgada na areia, Ou na abundância das peônias globulares;Ou se tua amada demonstrar ira intensa, Ata-lha a mão suave, e a deixa delirar, E nutra-te fundo, fundo nos seus olhos ímpares.


Robert Burton nasceu em Leicestershire, no centro de Inglaterra,em 1577. Estudou e ensinou em Oxford (foi vigário na igreja de S.Tomás de Cantuária), tendo-se interessado pela matemática e pelaastrologia. Mas foi à melancolia e aos autores clássicos que dedicoutoda a sua vida, quer pelo seu próprio temperamento, quer comoobjeto que tratou de estudar ao longo de vários anos de leitura.Anatomia da Melancolia, originalmente publicado em 1621 (a ediçãointegral, em língua inglesa, tem cerca de 1500 páginas), registoucinco revisões assinadas pelo seu punho, até 1638. Robert Burtonmorreu a 25 de janeiro de 1640 e está sepultado em Oxford.


Este estudo visa analisar e (re)interpretar o romance O peso do pássaro morto (2017), escrito por Aline Bei, tendo como objetivo explorar alguns subtemas que não têm sido o foco das análises mais atuais, tais como a depressão, a melancolia e o suicídio. No romance em questão, tem-se como ideia central os acontecimentos vividos por uma mulher inominável e ordinária, começando aos 8 anos de idade e indo até aos 52, na qual é possível evidenciar as consequências da desvitalização na vida de uma mulher. Na narrativa de caráter cotidiano e simplista, é possível observar a presença de acontecimentos traumáticos que vão direcionando a própria vida da protagonista e abrindo espaço para a leitura aqui proposta. Para a realização da presente análise, buscamos respaldo teórico em estudos advindos da Psicanálise e dos Estudos Culturais, focando em autores como Bourdieu (2015), Freud (2013), Kristeva (1989), Solomon (2018), Peres (2010), dentre outros


Sobre a categoria literária dessa obra, podemos conceber certa complexidade. Pois, ao mesmo tempo que é uma ficção, não apresentando nenhum compromisso com a veracidade dos fatos, devido à excelência da verossimilhança, pode ser lida como uma espécie de documento sobre as práticas psiquiátricas, o contexto da psicanálise num tempo histórico-cultural. Também, em suas páginas se encontram referências importantes da literatura sobre o tema da melancolia, que serão citadas logo a seguir.


Esse tema das neuroses de guerra numa correlação com o traumático, como da repetição de sonhos traumatizantes é um tema recorrente nesse livro de Xerxenesky. O autor faz referências aos estudos de Freud sobre as condições psíquicas dos soldados da Primeira Guerra Mundial. Todos voltaram impactados, porém alguns processam o luto e outros ficam presos em um estado desolador, recaindo numa melancolia. É também a partir dessa psicopatologia que Xerxenesky desenvolve sua narrativa: desde as formas de tratamentos às constituições históricas dos sofrimentos dos pacientes, como o próprio padecimento de Nicolas, o protagonista-psiquiatra.


Uma das passagens mais marcantes sobre o tema da melancolia é uma analogia com a radiação. Isso ocorre após um atendimento a uma paciente que havia trabalhado numa base secreta do Projeto Manhattan em que foram construídas as bombas atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki. Ela comenta da radiação que mata silenciosamente. Nesse momento, Nicolas pensa na melancolia e em todas as dores e destruições invisíveis que produzem seus efeitos.


A composição de um elemento radioativo age e, ao mesmo tempo, sua composição não tem peso, medida, diâmetro. Assim é uma dor psíquica como a da melancolia, podendo se manifestar no corpo, mas sua origem não tem uma localização orgânica. 2ff7e9595c


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